quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Medalha de Ouro...

Foram 2 horas, 9 minutos e 21 segundos, o tempo que Carlos Lopes demorou a percorrer os 42 quilómetros e que mereceram o aplauso de mais de 100 mil pessoas no estádio e de milhões em Portugal.

Carlos Lopes ganhou a maratona nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, estabelecendo um recorde que perdurou até aos Jogos de Pequim2008.

Há 25 anos, o dia 12 de Agosto (madrugada do dia 13, em Lisboa), entrava para a história do Desporto português como a data da primeira medalha de ouro em Jogos Olímpicos, um feito que só mais três igualaram: Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora.





Carlos Lopes saiu do Estádio Olímpico de Montreal, nos Jogos Olímpicos de 1976, com a medalha de prata na prova dos 10.000 metros, perdendo nos metros finais para o finlandês Lasse Viren. "Essa derrota ensinou-me imenso, deu-me outras garantias para o futuro, tirei proveito dela. Vencido mas não convencido, e ainda hoje não estou convencido", recorda o ex-atleta.

Prometeu voltar. Não o fez em Moscovo'80, por lesão, mas em 1984, em Los Angeles, ganhou a maratona de forma fantástica, com grande avanço.

"Oito anos depois consegui ser medalha de ouro olímpico, mas entretanto fiz uma 'travessia no deserto', por causa das lesões nos tendões de Aquiles, quando me deram quase como com a carreira terminada", relembra o primeiro campeão português, que entre 1978 e 1982 praticamente não correu a alto nível, por sucessivas lesões.

"Eu era uma pessoa de convicções e sabia que não era ali que acabava. Valeu a pena esperar três anos para retomar a minha actividade e aquilo que gostava de fazer", recorda.

Na tradicional despedida da missão olímpica em São Bento, dias antes de partir para Los Angeles, Carlos Lopes mantinha o bom humor e a descontracção proverbial, mesmo perante uma figura como Mário Soares.


Depois dos cumprimentos e já nas despedidas, perguntou ao líder do executivo de então: "Se eu ganhar uma medalha, não tenho direito a um churrasquinho de cabrito, aqui no vosso quintal?", apontando para o jardim de São Bento.

Carlos Lopes recorda a resposta de Mário Soares: "Você tem uma lata do caneco, mas olhe... traga lá a medalha que não é um cabrito, é um boi". Promessa feita e promessa cumprida, após o regresso triunfal de Los Angeles.

Eu, lembro-me como se fosse hoje... tinha oito anos e tive de "negociar" a directa no sofá, ao lado do papá, naquela noite ;-)
Como atleta do Sporting na altura, estava confiante na vitória. Lembro-me de ter dito "foi muita rápido, não foi papá?!" - é que na verdade, dormi directa. Desde a partida até à meta, altura em que o meu Pai me acordou... Vi-o a entrar no estádio!!

É tão bom ser Feliz!!


P.S. - sinceramente, lamento que a nova geração não saiba quem é Carlos Lopes, é que há vida para lá da bola, dos Euros e dos Mundiais... digo eu!!

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