Mês da Sustentabilidade...

O músico e activista Bob Geldof esteve esta semana em Libosa, a para participar numa conferência sobre Desenvolvimento Sustentável.

Uma iniciativa conjunta do Banco Espírito Santo e do Jornal Expresso.

Logo à chegada, Bob Geldof acusou o mundo de continuar a preferir «alimentar carros do que pessoas».
Alguma mentira?!

Quando se referia às relações históricas e culturais de Portugal com o continente africano - "vocês serão uma voz importante no século XXI", disse para a assistência, Geldof fez uma pausa e virou o discurso para Angola.
Medo...

"Angola é gerida por criminosos", acusou o organizador do Live Aid e Live 8.
"As casas mais ricas do mundo do mundo estão [a ser construídas] na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane".
Continuo sem detectar mentiras...

"Angola tem potencial para ser um dos países mais ricos do mundo", frisou Geldof, considerando que aquele país africano tem, designadamente, potencial para "influenciar as decisões da China".
Será mentira esta parte?!

Relativamente a Portugal, o músico irlandês considerou que o país deve ser um parceiro de Angola devido ao seu passado, e acrescentou que tanto Portugal como Espanha e Itália "serão os primeiros [países europeus] a sofrer o impacto de qualquer problema em África".
Será que só ele vê a luz?!

Portugal deveria ter especial interesse em promover o "desenvolvimento em África", já que tem "uma economia muito vulnerável, uma economia que depende do clima e está paredes-meias com África, salientou.
"Estamos (os cidadãos europeus) a 12 quilómetros de África", disse Geldof antes de perguntar: "Como podemos não nos questionar?".
Será que Geldof é visionário e vê o que mais ninguém vê?!

Para Bob Geldof, através da capacidade de acção em África, a voz de Portugal pode ser "decisiva na Europa, que por sua vez é ouvida no mundo".
Aqui já tenho algumas dúvidas, mas a verdade é que se nunca tentarmos, jamais saberemos!

O activista criticou igualmente a postura actual dos países europeus - salientando também aqui o papel de Portugal - face às nações africanas, especialmente nos acordos de parceria económica. "Esta cidade, Lisboa, é a cidade onde se realizou a cimeira UE-África, quando a Europa forçou os países africanos a assinar os acordos de parceria económica", acusou. "Onde os europeus disseram aos africanos: 'ou aceitam este acordo ou não comerciamos convosco'".
"Isto não é sustentável! Isto não é ter uma voz, é estupidez", frisou.

Alguns têm poder, outros têm medo.
Alguns estão do lado da verdade e da igualdade de oportunidades. Outros vivem da perversão dos valores materiais e da moral dos homens.

A questão que se coloca, é de que lado estamos? De que lado está Bob Geldof?
Acredito que se mantenha do lado o que o levou a lançar o "Live Aid" e o "Live 8", iniciativas que em nada se tocam com valores que o levaram, a denunciar o que todos sabem sobre Angola.

Estive em Angola, na cidade de Luanda, numa missão de trabalho, o tempo suficiente para ver com os meus próprios olhos que a corrupção existe e que o que Geldof disse não é mentira.

O que o músico disse é verdade. Uma grande verdade.
Uma verdade inconviniente...