sábado, 26 de julho de 2008

Lisbon Calling...

No Pavilhão Atlântico foi uma verdadeira viagem aos anos 80…

Quatro grandes concertos, que incluiram duas estreias em Portugal- Meat Loaf e B52's.

19 horas - Marillion
Os Marrillion foram os primeiros a subir ao palco, logo às 19h ainda com o sol a entrar no pavilhão (esta era a parte estranha da coisa).
Com um Steve Hogarth muito agasalhado (parecia o J. quando lá cheguei a casa), o grupo foi recebendo o público mais pontual e entusiasmando a plateia com sucessos como No one can.
Bom! (digo eu)


20.20h - Stranglers
Às 20.20 chegava a vez dos Stanglers responsáveis, na opinião de muitos, pelo concerto da noite. (Não posso estar mais de acordo).
Os homens de negro dos Stranglers - Jean-Jacques Burnel, Jet Black, Dave Greenfield ( com 3 "ratus norvegicus" em cima do teclado - uma "nojenta" delícia) e Baz Warne (no lugar que até 1990 pertenceu a Hugh Cornwell) em excelente forma levaram-nos mesmo até aos anos 80 entusiasmando a plateia de trintões (just like me) e quarentões (like some others) com Always the sun, Strange little girl, Golden Brown e com temas ainda do punk como Get a grip on yourself e No more heroes.
No seu concerto os Stranglers incluiram ainda versões de Walk on by de Burt Bacharach e All day and all of the night dos Kinks que o público acompanhou também num enorme coro.
Gostei de ver a simplicidade do M.A. que à minha frente vibrava com o grupo. É interessante ver um músico vibrar com a actuação de outro.
Não gostei que não me tivesse feito um concerto acústico com alguns temas:
"Baia de Cascais" (provavelmente por estarmos no Parque das Nações);
"A cor Azul" (ele é um Senhor e sabe que sou do Sporting);
"A Primeira Vez" (de quê?!);
"A Queda de um Anjo" (toda a gente sabe que não existem, logo... não caiem); "Ao Passar o Navio" (como tenho visto passar alguns, ele optou por não cantar - ehehehe);
"Aquele Inverno" (faz sentido, estamos no Verão e passado é passado!!); "Através da Multidão" (ele sabe que sou muito selecta - multidões?! Às vezes...);
"Canção o Engate" (eu sei.., Ando muito exigente e ele preferiu não arriscar ;-);
"Estou ao teu Lado" (se estava à minha frente, como havia de cantar que estava ao meu lado???);
"Estrada do Guincho" (há quem me cante esta... para quê esforçar a voz);
"Canção do Amor" (ok... eu percebo...);
"Marcha dos desalinhados" - (torcidinha como ando?! Medo...);
"Nasce Selvagem" (não faz sentido reforçar aquilo que eu já sei... Eu nasci assim, vou sempre assim. N... Eheheheheh);
"Num sonho teu" (daqui a 10 anos, ele canta-me esta ao ouvido.... ;-));
"Saber Amar" (se eu odeio "chover no molhado", porque motivo cantaria o que eu já sei... quer dizer... se calhar... pode reforçar aquela parte do "saber Amar, é saber deixar alguém te Amar)...;
"Soltem os Prisioneiros" (estou a uma semana da libertação, seria mesmo necessário?!);
"Sou como um rio" (o tanas! Ia cantar uma mentira?!);
"Vive" (estou no bom caminho!!);
"Um lugar ao Sol" (a reserva já está feita, de que serve cantar?!);
"Vou sorrir" (não há dúvidas!).
Eu percebi todas as justificações do M.A. mas que o alinhamento era giro era... ;-) Bateu agora uma nostalgia dos concertos dos Delfins...

21horas40 - B'52's
Embora hoje visualmente os B'52's sejam uma pálida imagem das personagens que conhecemos no video de Rock Lobster (afinal passaram 30 anos... e os penteados murcharam) as suas vozes e energia continuam as mesmas (há que reconhecer esta parte).
Apesar da sua insistência em promover o novo album FUNPLEX foi com os sucessos mais velhinhos como Love Shack, Roam e Rock Lobster que os B'52's conquistaram o público (eu não me incluo nesta parte, ok?! Estou muito exigente e não me deixo conquistar assim...) as quase 10 mil pessoas presentes no Pavilhão Atlântico.

23horas -Meat Loaf
O grande cabeça de cartaz de Lisbon Calling (bom, mas bom) chegou poucos minutos depois das 23h com o palco transformado numa "Casa de Carne" (grande produção).
Meat Loaf entrou em palco todo de preto, de chapéu texano e, ao longo de 2 horas, provou ser um verdadeiro showman... representando, cantando e suando certamente os 8 quilos que diz perder em cada espectáculo. Sempre dentro da personagem, Meat Loaf chegou a encarnar o "Meat Loaf de 1977" (com o cabelo comprido, a gordura e a fatiota que usava na altura - era eu uma criança) para interpretar aquele que foi o mais delirante momento da noite - Paradise by the dashboard light - do album BAT OU OF HELL.
Muito atento ao que se passava no palco o público cantou também em coro I'd Do Anything for Love (But I Won't Do That) e Roadhouse Blues dos Doors - uma versão que Meat Loaf interpretou quase no final do concerto com a ajuda extra de uma banda de bonecos insufláveis!!
Palavras para quê?! Encerrou com chave de ouro! Muito, muito bom!
P.S. - Aquilo é que foi abanar o corpinho! A companhia também ajudou...
O que se segue?! Simply Red, no Allgarve?! Eheheheh...

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostava de ter simplesmente metade dessa formidavel capacidade de colocar em palavras o que se vive, o que se sente. São raros os Seres com essa capacidade e essa maneira de estar na vida. É e continua a ser um prazer partilhar momentos e pentador contigo N..
A noite foi linda. A tarde um pouco ventosa, nada ajudando no que respeita aos penteados, mas tanto a N. como a A. estiveram como sempre á altura como os seus cabelos ao vento.
O concerto... mais palavras pra quê? Só acho que foste demasiado "soft" com a actuação dos B52. Quanto aos Marilion, foram claramente prejudicados por ter sido a banda que abriu aquela noite revivalista. mas não perdoo o facto de não terem tocado os dois GRANDES temas do Album “Misplaced Childhood”, “Kayleigh” e “Lavender”. ("Tão Feliz que fui ao som destes temas" ;-) )
Depois foram os penteados... mas a falta do belo do "Pão com Bacalhau" fez-me a mim e á C. debandar. Mas soube tão bem o Caldo Verde e o belo do Pão com Bacalhau... nem sabem... e para arrematar o belo do Arros Doce...
Quanto ao Algarve... Quem sabe... Vamos??????