quinta-feira, 21 de agosto de 2008

As Minhas Férias em Yucatán...


... O Paraíso Mexicano.

Esta simples frase poderia resumir o que foram as minhas férias.
As férias que me prometeste.
As férias que contigo ou "sem tigo", prometi fazer!
Como vos sei curiosos, vou partilhar um "biquedinho" mais. Não muito... ;-)

É inevitável a associação, fala-se em México e pensa-se logo no místico povo Maia que deixou majestosas e "perturbadoras" marcas no território deste fabuloso país. Claro que também se pensa em clima tropical, praias de areia branca e água tépida, animação, simpatia e gente de "palmo e meio" - todos diferentes, todos tão iguais!!

Tudo isto, é o México, o meu México (e o da T.).
Note-se que o México, país da América Central, tem no turismo uma das suas principais fontes de receita.
No México, a imaginação e a criatividade individual, ditam os limites. Talvez por isso, não tenha parado um minuto... Aqueles dias, voaram!
Afinal, que mais poderia eu pedir para as férias?!

A dimensão do país e as inúmeras atracções que preserva, obrigam a algum planeamento antes de atravessar o Atlântico. A verdade, é que não fiz nada disso. Fui ao sabor do vento e da vontade! Não fiz trabalho de casa... A única coisa que sabia... ok, não era a única, mas pouco mais sabia, é que na Riviera Maia, no estado de Yucatán, a Península homónima esperava por mim! Depois... só vos posso dizer que é impossível resistir às tantas atracções que cativam o visitante...

Rotas Maias



Na senda Maia, Chichén Itza, eleita uma das novas sete maravilhas do Mundo, é uma escolha natural. Permaneceu quase incólume ao passar do tempo e é dos melhores exemplos do mundo Maia.
No final do século X, foi invadida por uma tribo guerreira, os toltecas, com a anexação de vários elementos culturais. Anos mais tarde, foi abandonada, desconhecendo-se qual o motivo, mas durante o período áureo foi, sem dúvida, a cidade mais poderosa da península de Yucatán.

Entre as suas edificações, o difícil é escolher o que ver primeiro. Tudo é fascinante! Sentimo-nos parte integrante da história da Humanidade. É indescritível.
O Templo dos Guerreiros, o Grupo das Mil Colunas, a plataforma de Vénus, Tzompantli, o "juego de la pelota", "el caracol", a igreja... a minha atenção acaba por recair sobre a maior atracção - a Pirâmide de Kukulcán - a imagem de marca. A visita começa aí mesmo... impunha-se que assim fosse. O nosso guia, o J. explica-nos tudo, hoje, acho que esteve muito bem! Mas, confesso que na altura... o calor falava mais alto e "já nem o podia ouvir" ;-)


Com 30 metros de altura, a Pirâmide de Kukulcán, detém no alto um templo e diz-se que representa um calendário Maia: cada um dos 91 degraus simboliza um dia do ano, que multiplicados pelos quatro lados da pirâmide totaliza 364, ao que se junta a plataforma somando assim 365, o número de dias solares do ano. O cariz mágico-astronómico do templo desde há muito que fascina o Homem. Aquando do equinócio da Primavera e do Outono uma serpente desce a escadaria - trata-se de um fenómeno de luz e sombra que atrai milhares de visitantes todos os anos. Preservada pela selva que a envolveu ao longo dos séculos, Chichén Itzá proporciona uma experiência mística.
Uxmal, conhecida como "a três vezes construída" devido às três etapas em que foi ocupada, surpreende pela majestosidade dos vestígios Maias, com palácios baixos e horizontais e cuidados trabalhos de escultura. Com mais de 2 km, a cidade é formada por 15 edificações, entre as quais se destaca a Casa del Divino. Conta a lenda que a pirâmide com 35 metros de altura, foi erguida em cinco fases e com tal planificação que uma das escadarias acolhe o pôr-do-Sol no solstício de Verão. O convento, assim baptizado pelos espanhóis e que terá sido uma escola de curandeiros, sacerdotes e astrólogos, e o palácio do governador, um exemplo minucioso do trabalho de esculturas em pedra, são outra das atracções. Uxmal integra a chamada Ruta Puuc, uma zona cultural muito idêntica com traços singulares, formada ainda por Kabah, Sayl, Xlapak e Labná.

Próximo de Uxmal surge Kabah, (as cidades estiveram unidas através do "scabé", o "caminho sagrado") que preserva o grandioso "Palácio de los Mascarones", com uma impressionante fachada formada por 250 máscaras do deus Chaac. Centro urbano de grande dimensão, Sayil tem no palácio a construção mais imponente e Xlapak acolhe uma das jóias do estilo Puuc: "El Palácio", com uma magnífica fachada. A pequena Labná é famosa pela harmoniosa construção em pedra chamada "El Arco".

Mas os vestígios Maias não terminam com a Ruta Puuc ou a Rota dos Deuses. Há ainda que visitar Ek' Balam, que reúne 45 estruturas e está rodeada por muralhas de pedra concêntricas.

Conta ainda com um "Juego de Pelota" e um arco onde desemboca um "sacbé". A edificação principal foi designada de La Acrópolis, uma elevação com 32 metros de altura e 158 de largura. Mayapán, Oxkintok, Yaxunah, Dzibilchaltún, Aké e Xcambó são outros lugares a descobrir.

As regras do jogo...

Campo do "juego de la pelota".

Limites do campo...

Quem acertasse, ganhava o jogo...
Como prémio... era sacrificado :-(

Sem dúvida um local para visitar. Adorei!!
Gostei especialmente da chuva que se abateu sobre nós.
À memória veio-me a minha (nossa) caminhada pelo Malécon em Havana.
Uma molha daquelas ;-) Soube mesmo bem!!


Cidades Coloniais

Caminando para...

Valladolid foi erguida sobre a cidade Maia de Zaci, em 1543. Cidade plena de história, preserva o legado espanhol.
As casas com cores vivas, os bairros com as igrejas e o convento de San Bernardino de Siena convidam a um passeio pelo passado do México, envolvendo-nos numa atmosfera peculiar. O convento é a principal atracção da cidade e acolhe a Virgem de Guadalupe, de grande devoção entre os mexicanos. Também o Palácio Municipal e o Templo de San Juan de Dios, assim como o antigo depósito de água doce, merecem uma visita.

Convento de San Bernardino de Siena

Para se ficar a conhecer melhor a cultura mexicana, é obrigatório degustar uma das muitas iguarias locais num dos restaurantes da cidade.

Eu confesso que em Valladolid me fiquei pelo gelado de... sabe Deus o quê. Bom, mas bom. Não o acabei porque não resisti a partilhá-lo com uma menina de oito anos, a M., que me abordou, para me vender um lenço bordado à mão.
Depois de uma mão cheia de conversa... dei-lhe o "meu"gelado. Acho que tal como para mim, aquele era o seu primeiro gelado de... sabe Deus o quê, ainda que ela soubesse de que era.
A verdade é que mesmo quando for velhinha, me vou lembrar dela. Mesmo que o Alzheimer me apanhe, fica aqui a história. E a expressão do rosto e o olhar dela, comigo para sempre...


Gelado de... sabe Deus o quê?!
É claro que a ASAE não passou ali.
Mas isso não interessa nada. Era muito bom ;-P



Natureza

A par das inúmeras marcas culturais e históricas, o estado de Yucatán pauta ainda por um património natural que convida à descontracção...
A Costa Esmeralda, banhada pelas águas sedutoras do Golfo do México, abrange uma faixa com mais de 370 km, de Celestún a Rio Lagartos (o nome não podia ser melhor escolhido - medooooo).

O azul turquesa, a areia alva e o clima tropical são, sem dúvida a imagem postal de um México que me seduziu de imediato, com muitos momentos de puro relax à sombra de esguias palmeiras, e em hamacas submersas de água muy caliente...

Porto de entrada para o estado de Yucatán, Progresso é o lugar certo para a prática de desportos naúticos, como caiaque, windsurf e kitesurf . É que por ali, o vento é como certa vez me disseram, "um fenómeno natural intrínseco da natureza" ;-).
Ainda assim, um aviso à navegação - atenção às rochas...
É também um ponto de chegada de muitos cruzeiros. As águas serenas e transparentes de Telchac seduzem ao mergulho enquanto Sisal é o lugar de eleição de várias espécies de aves migratórias.
Grutas e cenotes (uma espécie de poços naturais de água doce) são outras das ofertas de Yucatán.

Claro que se impõe uma visita a Coba, Tulum, aos parques naturais de Xel-Há e Xcaret e às ilhas: Cozumel - ilha verdejante situada junto à barreira de corais - e à ilha das Mulheres - muito igual a Cayo Blanco (Cuba) ou Saona, na Republica Dominicana...
Fica uma pergunta no ar... para quando a ilha dos Homens?!

P.S. - Volver ao México?! Com mucho gusto!!
Asi se siente México, como unos lábios por la piel. Asi te envuelve México, asi te sabe México

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