domingo, 5 de julho de 2009

Delta Tejo...

Meio à queima roupa e completamente inesperada acabou por ser a minha presença no Festival Delta Tejo.

Dizem que no meio está a virtude, ainda que a minha preferência incidisse sobre o primeiro dia do Festival, não me fiz rogada ao convite e alinhei com imenso gosto!

Para me acompanhar, escolhi Amigos - a A. e o P.T. a que se juntou mais tarde a H.P. e outros como a K. e o T. o J.E (afinal, Amigos dos meus Amigos... meus Amigos são!).

O programa das festas incluia - Per7ume, Sara Tavares, Deolinda e Vanessa da Mata.

Como o dia foi passado atá às tantas, na praia, ao que se segiu um higiénico duche, a malta já chegou com a festa a rolar e com alguma poeira já no ar.

Ainda a tempo de acompanhar os Per7ume que, no palco secundário, tentavam «agarrar» o pouco público que os preferiu aos Deolinda.





Apenas em temas como «Intervalo», a música mais popular da banda do Porto que foi gravada em dueto com Rui Veloso (ausente aqui), houve mais público a entrar no recinto - eu e a X. (o mesmo que A.), cantámos afinadíssimas, para grande espanto do P.T.

Pelo alinhamento do concerto passaram também «Versos de Amor», música do álbum de tributo a Carlos Paião, entre temas do único trabalho de estúdio da banda.
Para quem foi considerada uma das bandas revelação de 2009, com nomeação para os Globos de Ouro, os Per7ume não colheram a atenção da multidão, muito provavelmente por causa da competição de palcos com os Deolinda.

E por falar em Deolinda... Há que tirar o chapéu a este grupo. simplesmente fantásticos!!

Ana Bacalhau é uma senhora em palco. Vestido com saia rodada, ela é fadista, é contadora de histórias, é cantadeira. Não há talento que lhe falte, ela que com a sua voz cheia de força pôs toda a gente a fon fon fonar - expressão que se pode traduzir, neste caso, por dançar.




Deolinda - Fado Toninho / Fon Fon Fon @ Delta Tejo 09
Gosto particularmente da parte: "Oh meu rapazinho és fraco p'ra mim"
P.T. - não é nada pessoal, ok?!

Milhares de pessoas vibraram com o concerto dos Deolinda, numa actuação que obrigou à repetição de dois dos temas mais emblemáticos da banda: «Fon Fon Fon» e «Fado Toninho» porque muitos festivaleiros deste Delta Tejo vieram de propósito ouvi-la. Não era o meu caso em particular, mas não há dúvida que cativaram toda a minha atenção e admiração!

O público entoava as músicas de cor e teve ainda como «prenda» da banda uma tema de Amália Rodrigues, «É ou não é», magnificamente interpretado. Apesar de apenas terem um único álbum editado, «Canção ao lado», os Deolinda são um fenómeno de popularidade, como se provou neste festival.

Vanessa da Mata emana doçura.
Um dia depois de actuar no Porto, a cantora brasileira foi a estrela do cartaz deste segundo dia do Festival Delta Tejo, no Alto da Ajuda, em Lisboa. Quanto a mim, a coisa perdeu-se após o concerto estrondoso dos deolinda... era calmo de mais. O que permitiu que aqui a "je" parodiasse - a Vanessa da Mata não mata mas moe...

Com um ramo de orquídeas a decorar o pé do microfone (os pormenores, mesmo que raros, contam!), a cantora começou a sua actuação com «Baú», seguindo-se «Vermelho», um dos temas mais marcantes do último álbum, a seguir ao grande sucesso «Boa Sorte/Good Luck», gravado com Ben Harper.



Vanessa da Mata - Boa Sorte @ Delta Tejo 09
Desta vez, cantámos todos... eu quase afónica ;-)

Vanessa deixou a música que todos queriam ouvir para décimo-segundo lugar no alinhamento do seu concerto (haja paciência).
Mas a sua actuação, verdade seja dita, valeu por cada música que interpretou, pena que tenha sido após os Deolinda, porque se sente a verdade do que ela canta.
Simplesmente a sua vida. São as recordações de infância num apartamento; a «chapinha» que faz com que o cabelo da tia Maria fique liso, excepto quando chove e volta a encarapinhar; as influências do Belém do Pará.

Ar de menina, Vanessa da Mata subiu ao palco com um enfeite de flores nos seus orgulhosos afro-caracóis, envergando um vestido flutuante rosa e laranja e maquilhagem carregada, num ar sofisticado e mais frágil do que o vozeirão que ela tem. Rodopiou o chifon do vestido ao som da sua música e não se inibiu de deixar a um canto as sabrinas com brilhantes para ficar mais à-vontade. O palco foi sempre só dela, excepção feita para os dois temas que cantou com os convidados António Zambujo e Ricardo Cruz, com os três sentados à viola e a lutar, já no final do espectáculo, contra a batida forte de mais do DJ do palco secundário e que ela assinalou: «Tá um barulho horrível, mas mesmo assim a gente vai insistir...».

Aqui entre nós Vanessa - não havia necessidade!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Se quiseres falar sobre o assunto...?! ;-D
As fotos ficaram... girissimas!
o dia foi muito... bom!

beijos, pt