segunda-feira, 28 de abril de 2008

Lisboa Menina e Moça...


No castelo, ponho um cotovelo
Em Alfama, descanso o olhar
E assim desfaz-se o novelo
De azul e mar
À ribeira encosto a cabeça
A almofada, na cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

No terreiro eu passo por ti
Mas da graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha, sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
Aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar

Lisboa menina e moça, menina
Da luz que meus olhos vêem tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta, ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça, amada
Cidade mulher da minha vida

Carlos do Carmo - Lisboa Menina e Moça

3 comentários:

Psiquiatra Angustiado disse...

"No terreiro eu passo por ti"

Deve ter acontecido. De uma destas fotos pode ver-se o local onde Dmitri e Vladimir descobriram Lisboa!

NG disse...

Eu sei que sim!

A foto não foi inocente ;-)

Helder Gomes da Silva disse...

Musica cantada por Carlos do Carmo e letra composta por José Carlos Ary dos Santos. Para mim um dos principais poetas da segunda metade do seculo XX e um filho adoptado por Alfama.