sábado, 26 de abril de 2008

O meu 25 de Abril...


Se o dia é de Liberdade, nada como fazer o que me dá na "real gana"...
Afinal, sou fruto da liberdade!

Acordei cedo q.b. para um dia feriado.
A prioridade era repor a ordem no caos em que estava o quarto. Correspondência por abrir, coisas para arquivar, "ncoisas" para reciclar...

Pelo meio, o já habitual zapping, e neste dia de comemorações oficiais, nada melhor que um zapping.

E foi no meio dessa fugaz passagem por alguns canais nacionais e estrangeiros que paro num canal privado da nossa televisão Portuguesa - também ela um fruto da Liberdade.

Estávamos a meio da manhã, e o horário convida a programas com um tipo de registo, onde raramente me encaixo. Mas a verdade é que, por vezes, algumas vezes, devo confessar comovo-me.

Hoje não foi diferente.

Apanhei o suficiente para as lágrimas me rolaram cara a baixo. No rodapé do ecrã lia-se: "R - 8 anos. Passa mais de metade da sua vida a lutar contra o Cancro".
Muito irónico, no dia em que mais se fala de Liberdade, eis o exemplo da dignidade de uma criança, que não conhece outra vida que não seja estar preso - aos hospitais, aos médicos, aos tratamentos, aos medicamentos, aos medos.

Quando lhe perguntaram: "onde vais buscar forças?", na fragilidade dos seus 8 anos, responde com coragem e determinação - "rezo".
Um exemplo de Fé, aos 8 anos.

Pouco importa, para mim, quem acredita ou não.
Para mim, ou se tem Fé, ou não se tem. A não se discute. A Fé respeita-se!

E do nada, penso será que tenho Fé?!
Digo muitas vezes que sim, e acredito que sim. Mas será que tenho a este ponto?! Não sei...
De repente penso: bolas, prendemo-nos a coisas e a pessoas tão sem importância, em vez de aproveitar-mos a liberdade que temos.

R. no meio da minha Fé, vou torcer pela tua libertação.
O pouco que te ouvi, a tua fragilidade e o teu cansaço não permitiam mais, (felizmente, a apresentadora soube respeitar-te). fez-me admirar-te. Mereces ser livre.

Espero que a viagem que vais fazer contribua para que um dia possas gritar "Estou / Sou livre!". Estou certa que saberás dar valor à vida, e dar às coisas a importância que realmente elas devem ter.

Força!!

1 comentário:

Helder Gomes da Silva disse...

A geração dos anos 70 é filha da madrugada. Aquela que nos trouxe a Liberdade. Infelizmente muitas vezes esquecemo-nos que a temos e dâ-mo-la como garantida.
No entanto, ela é tão fragil que um dia pode desaparecer.