domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vicky, Cristina e Barcelona...

Depois de ao jantar de me ter cruzado com um teenager que jantava com duas belas "moçoilas" a quem gentilmente oferecera uma rosa... O filme não podia ter sido melhor!!

Quem me conhece sabe que nem sou grande fã do realizador Woody Allen... confesso que o prefiro no Jazz. Mas desta vez, prendeu-me... deixou-me a pensar... mais não seja na frase tantas vezes repetida - neste filme e neste blogue - "não sei o que quero, mas sei bem o que não quero!".

Vicky Cristina Barcelona”, que une as neuroses habituais do realizador, com um delicioso tempero latino. A mudança de ares fez-lhe bem! Viva a Europa!!

Depois de passar alguns anos na gélida Inglaterra – Allen continuou suas andanças pela Europa e foi parar na Espanha, cenário mais do que apropriado para a história de duas turistas americanas em busca de algum sentido para suas apagadas vidas. Cor, sentimento e emoção? Estamos no lugar certo!!


Vicky (a pouco conhecida Rebecca Hall) é uma jovem racional (o que há de comum aqui?), noiva de um rapaz com um futuro brilhante. Ela está prestes a completar seu doutorado e parece ter todo a sua vida já desenhada.
Cristina (a actual musa do realizador, Scarlett Johansson), por outro lado, está desorientada, não sabe bem o que quer e está disposta a qualquer surpresa que possa surgir - (o que há de comum aqui?). E esta faz-se presente na pele do pintor Juan Antonio (Javier Bardem, aparentemente perdido entre tantas mulheres), que as convida para um final de semana de sexo e descobertas no interior.
A princípio reticentes, acabam aceitando. Mas é claro que nem tudo sai como o imaginado.


Se o interesse inicial dele era por Cristina, o mesmo logo se transfere para Vicky, para em seguida acabar retornando à primeira.
Mas a futura noiva não esquece o que aconteceu numa única noite, e todas as suas crenças ficam abaladas.
Enquanto isso, Cristina parece ter encontrado naquele homem singular as motivações que sempre procurara, até o momento em que um novo ingrediente é adicionado: a ex-mulher dele, Maria Elena (uma insuperável e deslumbrante Penélope Cruz), uma artista neurótica pretensamente suicida que, diante tamanha instabilidade emocional, é levada a morar com eles. E o que era estranho torna-se confuso, para se tornar real, dinâmico, delicioso e, finalmente, tedioso. E então o ciclo completa-se, pronto para um novo começo.


Vicky Cristina Barcelona” é Woody Allen em estado bruto, por maior que seja número de mudanças que ele parece ter concedido ao seu estilo tão reconhecível.
Os diálogos são primorosos - “Speak english, Maria Elena”- tem potencial para virar o bordão da temporada! As personagens são repletas de camadas e diferentes interesses, acrescentando a cada momento um novo sabor à mistura.
Já considerado de antemão favorito na corrida ao Óscar nas categorias de Actriz Secundária (Penélope Cruz, simplesmente fenomenal) e Argumento, este é um daqueles filmes para se degustar com cuidado, saboreando cada momento durante a projecção e para depois levar connosco, como a sensação de um prazer secreto e, quase, inconfessável.

Gostei mesmo!!
Se há algum "ser" entre a Vicky e a Cristina.. sou eu! ;-))

Aliás, depois do filme da semana e deste mesmo filme... não (me) restam dúvidas... Mudasti ;-)

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