domingo, 26 de abril de 2009

Dia da Liberdade...

O P.T. não podia ter escolhido melhor dia! O "Dia da Liberdade". Afinal, esta experiência, é para mim, o expoente máximo da liberdade ;-)Percebes-me agora, certo?!
Eu celebrei os meus 30 anos assim... que dizer... na verdade foi algum tempo depois. Muito a tempo ;-)



Não se explica... sente-se!!

A três mil metros de altitude, no azul do céu de Évora, qualquer um pode voar como um pássaro e experimentar a emoção de um salto em queda livre a 200 km/h. Em absoluta segurança. A sensação plena de liberdade.
Quando a porta do avião Cessna 182 se abre ao espaço infinito, a três mil metros de altitude, sobre o aeródromo de Évora, o ruído do vento substitui o ronco do motor e as batidas do coração alteram-se rapidamente. E como...
Com as mãos firmes no montante da asa e os pés posicionados no estribo sobre a roda, o corpo hesita por um breve instante antes de saltar para o vazio. "É agora" é o que sem pensa... ou não... é uma questão de segundos...É o momento crucial de um salto tandem”, um salto de pára-quedas com um instrutor, acessível a qualquer pessoa que disponha de muita curiosidade e "alguma" dose de atrevimento.
A contagem regressiva começa: instrutor e passageiro, atados por tiras de material sintético e equipados com um pára-quedas de grandes dimensões, acoplado às costas do instrutor, posicionam-se para o salto em queda livre, que irá durar cerca de 30 segundos, numa estonteante velocidade de 200 km/h (ou 55 metros por segundo) por mais de 1500 metros de percurso aéreo.
Durante os primeiros segundos no ar a noção de tempo e de espaço altera-se. Desde que as mãos e os pés se soltam da minúscula plataforma sob as asas do avião, a vertigem do desconhecido apossa-se de nós, num tom de euforia jamais experimentada em terra firme.
Num “flash”, as imagens sucedem-se – vê-se o avião contra o azul do céu, as nuvens brancas esparsas, os campos verdes no solo.Em questão de segundos, o corpo estabiliza-se, os braços ficam a abanar devido ao turbilhão de ar, e está-se a voar.Numa sensação única, o corpo está relaxado, com as pernas lançadas para trás, os joelhos levemente dobrados e a barriga voltada para o solo.

Voar como os pássaros

Os 30 segundos de queda livre parecem dilatar-se no tempo - infindável, mágicos e de uma leveza surpreendente. Toda a paisagem é distinguida com clareza – Évora com suas muralhas medievais, os campos verdes a estenderem-se no horizonte, o aeródromo, os hangares e os seus aviões como delicadas miniaturas sob a luz do sol. Lindo!!! Absolutamente fantástico!!
O aparecimento de outro pára-quedista, que filma o salto através da câmara de vídeo acoplada ao capacete, dá a sensação que se está suspenso no ar azul. Os seus movimentos lentos, a avançar e a recuar enquanto tira fotografias e filma o rosto extasiado do passageiro, fazem acreditar que não existe a incrível velocidade da queda livre.
Subitamente, a abertura do pára-quedas do instrutor provoca um breve esticão no corpo do passageiro, num desordenado movimento de pernas e braços. É só uma sacudidela que anuncia o início do voo, a verdadeira sensação de planeio no céu, como os pássaros.
A imensa calote do pára-quedas – um modelo tipo A, de 38 a 42 metros quadrados de área rectangular, composta por nove células ocas por onde o ar circula e mantém a sustentação – é a grande asa que vagarosamente realiza o percurso até o solo.
A lenta descida, que dura cerca de 12 minutos, é tempo suficiente para se admirar cada detalhe da paisagem. O vasto chão revestido de verde, pontuado por pequenas barragens ao longe e pelas quintas com piscinas de águas claras à volta do aeródromo. Logo, surge a pista de aterragem, um traçado claro para a orientação do instrutor, que inicia as manobras de aproximação ao solo. As grandes voltas no ar vão diminuindo de extensão e, a partir dos 500 metros de altitude, é o momento de se dirigir para a zona de aterragem, marcada por um indicador da direcção e força do vento. O chão agora já está próximo e o instrutor orienta o passageiro para dobrar os joelhos antes do poiso. "Já?!..."
Com precisão, o instrutor maneja os cordões de controlo da calote do pára-quedas e, a poucos metros do solo, realiza a travagem. Num ápice, instrutor e passageiro já estão no chão relvado a receber as boas vindas dos demais pára-quedistas e dos alunos que se iniciam na prática nas várias escolas de pára-quedismo instaladas no aeródromo de Évora.

Uma experiência inesquecível

De volta ao chão, com um largo sorriso no rosto, o passageiro saboreia a inédita experiência que teve início ainda no hangar do aeródromo de Évora, no momento em que o instrutor se equipa e dá as orientações sobre o próximo embarque e voo. “Vamos sentar-nos juntos, próximo da porta do avião, e daí sairemos para debaixo da asa. Ao meu sinal, soltaremos as mãos e vamos dar um impulso com o corpo para trás.”, explicam os instrutores, especialistas em salto “tandem”.
Chega a hora do embarque e o avião dirige-se para a pista, inicia a descolagem e num minuto já está a sobrevoar em espiral o aeródromo de Évora. Com as coordenadas de voo verificadas, o piloto posicionou o avião contra o vento, na área correcta para largar o instrutor e o passageiro. O vento é fraco, o céu estava azul e a temperatura amena. O cenário era ideal para perceber “porque os pássaros cantam”, não se explica... sentes-se!!




R Kelly - I Believe I Can Fly


Eu tinha avisado ;-) Sabia que ias gostar... "Fantástico! Quero ir outra vez." - foi o que disseste. É o que dizemos todos!

P.S. - Escolheste a melhor forma de comemorar o Dia da Liberdade... Foi impossível não me lembrar da F.... impossível mesmo!!

3 comentários:

Tocar disse...

Em queda livre não se houve nada, para além da deslocação de vento… mas no teu filme consegue-se ouvir, um grito teu… muito bom! ;-D
É uma sensação absolutamente fenomenal, como todos dizemos, não se consegue explicar, tem que se sentir!
Gostei tanto ou tão pouco… que vou voltar! E como tu dizes, “está dito, está dito”.
No ar, ninguém se lembra de nada, mas em terra lembrei-me das duas princesas, que me deram exactamente a realidade que apanhei… foi tal e qual, o que tu e a P., me relataram, sem tirar nem pôr!
Só me lembro de uma música… “queremos mais, queremos mais!”

Agora… “se dúvidas houvesse”, doutora, quais dúvidas? De quem? Quando? Porquê? Como? ;-p
Desnaturada!

A moeda só caiu, quando vi os tipos à minha frente a desaparecerem… aí sim o sistema processou e dei por mim a pensar e a perguntar, “quis saber quem sou? (sobretudo) o que faço aqui? Quem (espero bem que não e olhei para trás) me abandonou? Por quem me (espero não) esquecer!” e fui… aliás para estar a escrever isto é mais, fomos!

É divino! Com toda a carga mística que tem associado!

Não tinha, visto filme absolutamente nenhum, nem fotos, não sabia ao que ia… ver o teu filme agora, faz outro sentido, faz todo o sentido! Não quis vídeo e ainda bem… o meu operador de imagem, afastou-se de nós e só perto da abertura do pára-quedas é que ele nos apanhou… se tivesse pago o filme, trazia nuvens e vento! Como recordação! :-D

Beijos… aliás, meio beijo, porque ainda há dúvidas… ;-D

NG disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
NG disse...

Se dúvidas houvesse...
"Se" faz parte do condicional.

Se alguém disse que havia dúvidas, não terei sido eu!

"Está dito, está dito".

Nada como saltar no verão... digo eu ;-)

Nada apaga aquelas cores...

Continuo a dizer que não se explica... Sente-se!

Beijo e meio... ;-)