domingo, 26 de abril de 2009

Nothing gonna change....



Glenn Medeiros - Nothing gonna change my love for you

Por defeito de profissão, tenho quase sempre o telemóvel no silêncio.
Por uma questão de educação, quando estou à mesa, não atendo o telefone.

Mas há excepções!
Ontem, mesmo estando num jantar onde era suposto não atender ninguém, não resisti.

Quando vi que eras tu, nem pensei duas vezes. Na verdade, pura e simplesmente, não pensei!!

Assim que te atendi falamos como se nos tivéssemos visto ontem... Percebeste que estava bem, percebi que estavas bem. Sentimos saudades. Foi notório.

Conhecemo-nos há 16 anos, metade das nossas vidas. Somos Amigos desde essa altura.
Não simpatizámos um com o outro numa primeira abordagem - acho que o facto de estarmos vestidos de igual condicionou isso mesmo - (era moda dos Ténis Redley - bicolor, das calças Levis, das sweat-shirt's da Amarras e dos Duffys), mas depressa nos tornámos cúmplices.

Uma cumplicidade para a vida.
Uma cumplicidade que não se explica... houve quem lhe chamasse Amor...

Talvez fosse... não sei... tenho sempre dificuldade em definir o Amor. Em perceber se é Amor o que sinto, mas a verdade é que a nossa cumplicidade é intemporal.

Estudamos juntos. Não só na escola, mas também em casa. Na minha, na tua... estudamos mesmo! Para não variar, eu coordenava as operações - conteúdos, formas e depois, treinávamos em conjunto. Formávamos uma boa Equipa. Foi assim no liceu e nas provas de admissão à Universidade...

Seguimos rumos diferentes, mas a cumplicidade manteve-se.

Fui a primeira pessoa com quem choraste a separação dos teus Pais.
Foste a pessoa que me abraçou quando a "nossa" avó partiu... Lembro-me como se fosse agora, da intensidade do teu abraço, da tua força, das tuas palavras e das nossas lágrimas de saudade.
Adoptaste-a como avó e ela como neto... O vosso carinho mútuo era qualquer coisa de fantástico.

Contava-mos-lhe tudo... às vezes, nem precisávamos de contar.

Lembro-me das nossas idas para a escola: primeiro a pé; depois de mota e de carro - sem carta, para ser "bué da radical" - "betos" mas radicais ;-)

Chegamos a trabalhar juntos... "frente a frente", enquanto os que nos viram crescer nos tratavam por Doutores - que medo!!

Assisti, na primeira fila ao teu casamento, num misto de alegria e tristeza - era inevitável.
Alegria porque te sentia feliz, tristeza porque inevitavelmente teríamos menos tempo para nós e para as nossas cumplicidades.

É bom sentir que o tempo passa e nós continuamos a ser os mesmos.
Era impossível não te atender. Já não nos vemos há um bom par de meses, mas sabemos que temos um lugar muito especial no coração um do outro.

Será sempre assim. Porque é assim que queremos.
Chamem-lhe o que quiserem.
Por mim, até pode ser Amor... o Primeiro Amor - o que nada apaga.
O que jamais esquecemos.

P.S. - Está combinado ;-)

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