
Há precisamente 25 anos, no dia 13 de Junho de 1984, as rádios nacionais (e mais tarde, a televisão pública) chocavam o país ao noticiarem a morte prematura de António Variações, por complicações respiratórias, na Clínica da Cruz Vermelha, em Lisboa. Apesar de nunca ter sido oficializado, muitas suspeitas apontam para a sida como uma das causas da morte do cantor minhoto, cujos tratamentos eram na altura precários.
António Variações seguiu um dos trajectos mais singulares da Música Moderna Portuguesa, através de uma estética que ligava, como o próprio dizia, Braga a Nova Iorque, isto é, o folclore nacional ao synth-pop. O início do seu estrelato pop com quase quarenta anos de idade, a abrangência de público que conquistou (da faixa mais intelectual à mais popular), a figura excêntrica e a quantidade de músicas e êxitos que conseguiu publicar no seu brevíssimo espaço de atenção pública (de 1982 a 1984) são outros dados que eternizam António Variações como uma das figuras musicais mais incontornáveis da música portuguesa do século passado.
Dois álbuns de originais - "Anjo da Guarda" (1983) e "Dar e Receber" (de 1984) -, várias compilações e numerosos hits como 'Canção do Engate', 'É P'ra Amanhã', 'O Corpo é Que Paga' ou a versão então arrojada de 'Povo Que Lavas no Rio' (que a sua mais famosa intérprete, Amália Rodrigues, elogiou) alimentam hoje a lenda em torno de Variações, também conhecido por ter aberto o primeiro cabeleireiro unisexo em Portugal (a sua profissão diurna). Ainda me lembro que uma vez me cortou o cabelo com uma gilete... medo :-O. Lembro-me de ter adorado o resultado ;-)
1 comentário:
Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será
mais um prazer
e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir
encontrar, renovar, vou fugir ou repetir
Quero é viver
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